4 problemas das empresas que não fazem o descarte de resíduos corretamente
Os números mostram um cenário preocupante. Em 2020, o Brasil produziu 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos, 3,4 milhões a mais do que no ano anterior. Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2021, que também mostrou que cada brasileiro produziu, em média, mais de 1kg de lixo por dia. A estimativa é que o país alcance uma geração anual de 100 milhões de toneladas por volta de 2030.
Assim, as pessoas e as empresas precisam tomar atitudes sérias em relação a gestão de resíduos sólidos. No caso das companhias, a preocupação vai além do meio ambiente: existem sérias consequências para aquelas que não fazem o descarte de resíduos corretamente.
4 problemas das empresas que não fazem o descarte de resíduos corretamente
A má gestão de resíduos sólidos de uma empresa pode contaminar o meio ambiente e provocar graves acidentes — ou até mesmo morte. Um caso emblemático aconteceu em 1987, na cidade de Goiânia: dois catadores desmontaram uma máquina que tinha sido abandonada em uma clínica sem saber que dentro havia um cilindro que continha 19 gramas de césio-137, uma substância altamente radioativa.
O resultado? Centenas de pessoas foram contaminadas pelo césio, e quatro morreram. De lá para cá, foram criadas diversas normas que regulamentam a gestão de resíduos, incluindo os tóxicos. Ao mesmo tempo, a conversa sobre conservação do meio ambiente aumentou e serviu como pressão para as empresas fazerem o descarte correto.
A seguir, confira 4 problemas que as companhias podem enfrentar se não tiverem uma boa gestão de resíduos.
1. Crime ambiental
Se a sua companhia não faz o descarte correto, ela pode se enquadrar em um crime ambiental. Existem diferentes níveis, pois há legislações nacionais, estaduais e municipais — e é preciso estar atento a todas elas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam) é responsável pelo licenciamento ambiental e atua na fiscalização das normas em vigor.
Quando falamos sobre descarte de resíduos, o principal direcionamento é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A Lei nº 12.305, instituída em agosto de 2010, traz uma série de diretrizes e metas de gerenciamento ambiental.
Desde sua implementação, a legislação afirma que toda empresa é responsável por evitar que resíduos sejam descartados de maneira incorreta ou transformados em lixo quando poderiam ser reutilizados. Também cabe à organização criar estratégias para minimizar a quantidade de resíduos, priorizando sempre a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento.
Gestores que não se adequarem às normas podem enquadrar suas empresas na Lei nº 9.605, que dispõe sobre crimes ambientais. Entre as sanções listadas, podemos citar a suspensão parcial ou até mesmo total de atividades.
Além disso, há o risco de ser acionado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, pois tais ações podem prejudicar a fauna, flora e recursos hídricos de muitos municípios.
2. Perda de financiamento
Não fazer o descarte de resíduos pode pesar no bolso das companhias, como diz o artigo 12 da Lei nº 6.938. As instituições financeiras e incentivos governamentais podem condicionar a aprovação de projetos aos cumprimentos das normas ambientais.
Os órgãos também exigem princípios de responsabilidade social e ambiental na execução de obras e diversas certidões para liberar recursos. Além disso, há o sério risco de perder crédito e financiamento, como aponta o artigo 14 da legislação:
“Art. 14 – Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
III – à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito”.
3. Insatisfação da sociedade
A preocupação com o meio ambiente cresce em todos os setores da sociedade. As conversas não se limitam apenas à geração de riqueza e consumo, mas já avançaram para a gestão responsável de recursos. Mesmo assim, ainda há muito o que avançar.
Segundo a Opinion Box, empresa focada em pesquisa de mercado online, 84% dos brasileiros temem pelo futuro das próximas gerações por causa de questões ambientais. Com isso em mente, a maioria das pessoas já tomou atitudes mais eco-friendly nas suas rotinas: 91% já diminuiu o consumo de bens supérfluos para reduzir o uso dos recursos naturais, enquanto 62% preferem pagar mais caro por produtos mais naturais e que agridem menos o meio ambiente.
Mas as pessoas não querem que as ações se limitem ao aspecto privado: querem ver as empresas assumindo responsabilidades e sendo protagonistas na mudança. A Opinion Box também trouxe que 53% dos entrevistados não comprariam de uma empresa caso os produtos fossem agressivos ao meio ambiente. Ao mesmo tempo, 82% afirmaram que companhias sustentáveis têm mais chances de conquistá-los como clientes.
4. Impactos no meio ambiente
Não temos como falar de descarte de resíduos sem citar seus impactos no meio ambiente. Afinal, como vimos anteriormente, são mais de 80 milhões de toneladas que saem das residências e empresas diretamente para lixões e aterros sanitários.
Quando o lixo chega em um destino inadequado, ele contribui para a poluição atmosférica e hídrica, para a proliferação de endemias e inundações em períodos de chuva. Ou seja: ignorar o descarte de resíduos leva a impactos negativos na saúde de todos, bem como na deterioração do meio ambiente.
Como garantir o descarte de resíduos
Se você chegou até aqui, é porque quer descobrir como fazer a gestão de descarte de resíduos. Sua empresa não precisa ser responsável por todo o processo: é possível terceirizar essa tarefa. Porém, é preciso garantir que o fornecedor seja uma companhia habilitada para fazer a coleta, gerenciamento, destinação e certificação de resíduos.
Além disso, veja se o fornecedor recebe todos os tipos de resíduos e faz o descarte de acordo com cada especificação. O lixo eletrônico, por exemplo, precisa de cuidados especiais graças aos componentes críticos presentes nas baterias.
Na dúvida, consulte o portal da Fepam. Lá, você vai encontrar todas as organizações autorizadas, incluindo a Ambe. Clique aqui para conversar com um de nossos especialistas e levar a nossa expertise para a sua empresa!